sábado, maio 21, 2011

Historia da dança- Jongo

O jongo é uma dança do tipo geral
batuque angolês, com coreografia de roda, seja de solista ou par ao centro
ou em movimento circular, de homens e mulheres indistintamente. O
acompanhamento, só de percussão, é feito por um tambor maior, chamado tambu
ou também caxambu, e outro menor, denominado candongueiro, com a presença
indispensável de cuíca e de guaiás (chocalhos). O tambor grande - caxambu -
estendeu o significado também à própria dança do jongo, que em alguns
lugares é chamada de caxambu. Não se admite no jongo a umbigada tradicional,
considerada pelos jongueiros falta de respeito, substituída por uma elegante
reverência à distância. Ultimamente, têm-se visto violões e cavaquinhos no
acompanhamento e alguns conjuntos de jongo usam até instrumentos de sopro em
apresentações de caráter comercial. O canto é repetido sobre um texto em
verso tirado por um dançador e repetido, em forma de antífona. Esse texto,
chamado ponto, é cantado várias vezes e pode conter um enigma. Em tal caso,
é repetido até que alguém o "desamarre", isto é, decifre o significado
oculto. A inexistência de textos de sentido simbólico, que dá às palavras
uma semântica peculiar aos jongueiros, parece ter tido origem durante a
escravidão, quando os negros necessitavam transmitir informações
indecifráveis pelos senhores. Alguns desses pontos são de original e rara
beleza, como o seguinte, colhido e interpretado pela folclorista Maria de
Lourdes Borges Ribeiro: "Água com areia Não pode combiná Água vai embora
Areia fica no lugá" Interpretação: Água: fazendeiro novo, inexperiente, sem
prestígio político, que fracassa em seus negócios. Areia: Proprietário
antigo, poderoso, forte, que domina o município. Os pontos recebem
denominações diferentes de acordo com a finalidade a que se destinam. Assim
há: ponto de louvação - no início para louvação; ponto de visário ou
bizarria - para alegrar a dança; ponto de despedida - para o final do jongo;
ponto de demanda ou porfia - para desafio; ponto de gurumenta ou gromenta -
para briga; ponto ... - para magia. O ponto nem sempre é improvisado, há os
que correm mundo e são empregados em formas diversas. Quando o ponto
apresenta linguagem enigmática, deve ser desatado, isto é, deve ser
decifrado. Quando ninguém o consegue, diz-se que o ponto ficou amarrado.
Nesse caso, a cantoria só termina quando alguém o decifra, bate no tambu e
grita "cachoera". (em alguns lugares grita-se machado). O ponto pode ser
cantado, rezado ou gungurado, isto é, usando a técnica erudita da "boca
chiusa" - sussurro, murmúrio. Durante o jongo não há práticas fetichistas
nem movimentos convulsivos na dança, mas ela é aproveitada veladamente, em
ambientes mais tradicionais, para contatos sutis com a magia, que podem
resultar da essência da dança ou ser uma assimilação posterior.

5 comentários:

  1. Parabéns, essa postagem ajuda a esclarecer o que é Jongo, sua origem e tradições. Temos variações no tipo de apresentacao do jongo. Fiquei mais esclarecida com essa bela postagem. Obrigada.

    ResponderExcluir
  2. gostei muito e espero que todos tenham gostado porque são poucos os que ajudam

    ResponderExcluir
  3. FALTOU MESMO OS INSTRUMENTOS E O FIGURINO

    ResponderExcluir